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SUS0 DÍAZ
( GALICIA )
de maio de 1971, Ludeiros -= Lobios – Ouriense.
No ano 2018 coordenos e edito sem tel vuelo de la memoria.
Antología para Ángel Cam,pos Pápano, 78 poetas homenageiam o escrito estremenho partindo de algum dos seus versos.
No libro emprega-se o espanhol, português, galego, catalão e francês (Editora Regional de Extremadura).
No ano 2017 publiquei O sol denstro da cabeza. 76 poemas feitos a partir da obra narrativa de Carlos Casares (Edicións Laiovento).
Também coordeno e edito a antologia Salgueiro Maia. A liberdade non sé unha utopia (Ediciones Liliputienses).
No ano 2016 publico Sofía (Ediciosnes Liliputienses).
No ano 2015, com Helena Villar Janeiro coordenamos e editamos o 6 poemas 6. Homenaxe a Federico García Lorca (Biblos Clube de Lectores). Nesse mesmo ano também coordeno e publico numa edição eletrônica o livro coletivo 150 Cantores para Rosalía de Castro.
Com a minha companheira MariPaz dirigimos, no radio, o programa de poesia La voz em espiral, em Espanhol, Galegos e Português.
Na rede mantenho o caderno pessoal www.susodiaz.gal. E com MariPaz o caderno de poetas galegos contemporâneos As escollas electivas.
TEXTOS EM GALEGO - TEXTOS EM PORTUGUÊS
ARRINCANDO MAR 2019: Estévez, Paula Carballeira, Quico, Raúl Gómez Parto, Roi Vidal, Rosalia Fernández Rial, Suso Díaz, Xavier Xil Xardón. Santiago de ompostela, Galicia: Edicions Positivas, 2019. 87 p. ISBN 978-84-949336-8-4 No.10 887
Exemplar Biblioteca de Antonio Miranda
AUTOPOÉTICA
Nai dos silêncios. Alma con ás de bolboreta pousando o
sentir nos ollos feridos pola beleza.
A terra latexa cando agroma a palabra para ser a verda-
deira flor do universo, e cofluen, en si, os ríos da vida no
verso asolagador para ser corpo único embebendo a nossa
existência.
Decir calado é decir todo, e todo habita neses silêncios
que agardan o intre no que a metafísica do pensamento se
condensa num verso, no espasmo preciso onde deixamos
de ser corpo para depositarnos no éter.
Calada, a poesia berra os seus silêncios.
A vida é un intre
un anaco de espello
que se esborralla a cada paso.
Descompoñemos os pés
donde a lonxanía da terra que aguarda
sen medo,
por nós.
Somos o pecado da vida,
o segredo da morte,
un lóstrego no ceo pechado
a ilusión do alcanzable.
Somos unha ferida na eternidade da rocha
que nada sente por nós,
algo de sol
e son
na travesía à soidade que levamos dentro.
Unha porta aberta a nós,
algo de sol
e son
na travesía à soldade que levamos dentro.
Unha porta aberta a nós
no vieiro de posibilidades
soñadas e nunca encendidas.
Cativos reflexos dun universo
que medra enriba das cinsas
dunha misericordia ilexible.
Inédito
Resisto na codia duns versos,
Resisto nas migallas do inverno
a carón dum lume sempre aceso
na memoria dos avós.
Resisto ergueiro sobor desas cinsas
que tinguen a vida e endexamais se borran.
Resisto collido à mans
sempre engurradas
polo sacrificio das minas avoas,
vencello inmorredoiro á terra que nos agarda.
Resisto nos silencios que se escribían
cun ollar perdido
co sentimento afogados en verbas conxugadas
nun xesto duns ombreiros encalecidos.
Resisto na memoria das pedras
dunhas paredes que saben mais da soidade
do que xamais describirei
nos versos onde deito o peso do tempo.
Inédito
As beiras do inverno perfilan um solpor sen lume.
Déitase o orballo no leito sem futuro
e gardan as rebras os pensamentos sen conxugar.
Camiñamos por vieiros sen nós
abrindo portas a desexos sen nacer
tornando as fiestras ao vento co silencio de aurora.
Aqui fica todo o que pode ficar
duns pensamentos que se esnaquizan
para que ninguén os presinta.
Só quero respirar esta choiva
que esvara polos corpos espidos
agora que ainda queda desexo.
Inédito
Que abren estes riscos
que empurra esta man
na núa soidade
acariñando a alma dos silencios?
Escribimos a nossa morte
sen decatarnos
que só ferimos o tempo un intre,
un cativo intre
no que procuramos as razóns da existencia.
Pedimos luz para os nosos pensamentos,
pedimos voz para a negrura que nos atrona dentro,
pedimos vida para seguir riscando en liñas
o tempo que non é mais
ca memoria vertida no esquezo.
Inédito
Na terra azul
ábrese o ceo á noite eterna
e camiñamos en silencio
nos vieiros sen almas
ermando as paredes coa ferruxe
do esquecimento.
Procurarse nos lugaresss coñecidos,
descoñecidos
sen as voces habitantes,
sen as almas de passo que ficaron na memoria
— de paso —
e que remataron na terra arrefecida.
Cada chanzo é o sostén dos únicos alicerces
aos que ficamos xunguidos
para erguer a árbore que ainda floresce.
A sentença à solidão
é uma sentença injusta
ditada na pedra de algumas paredes
que se esborrallan consumidas pelo
esquecimento.
Inédito
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
AUTOPOÉTICA
Mãe dos silêncios. Alma com asas de borboleta pousando o
sentir nos olhos feridos pela beleza.
A terra lateja quando cultiva palavra para ser a verda-
deira flor do universo, e fluem juntos, em si, os rios da vida
no verso muito pesado para ser corpo único absorvendo a
nossa existência.
Decidir calado é dizer tudo, e tudo habita nesses silêncios
que aguardam o entre no que a metafísica do pensamento se
condensa num verso, no espasmo preciso onde deixamos
de ser corpo para depositar-nos no éter.
Calada, a poesia berra os seus silêncios.
A vida é um entre
um pedaço de espelho
que se emborralha a cada passo.
Descompomos os pés
onde a distância da terra que aguarda
sem medo,
por nós.
Somos o pecado da vida,
o segredo da morte,
um raio no céu fechado
a ilusão do alcançável.
Somos uma ferida na eternidade da rocha
que nada sente por nós,
algo de sol
e som
na travessia à solidão que levamos dentro.
Uma porta aberta para nós,
algo de sol
e som
na travessia à solidão que levamos dentro.
Uma porta aberta para nós
não virá de possibilidades
sonhadas e nunca ligadas.
Cativos reflexos de um universo
que cresce acima das cinzas
de uma misericórdia ilegível.
Inédito
Resisto na crosta de uns versos,
Resisto nas migalhas do inverno
ao lado de um lume sempre aceso
na memória dos avós.
Resisto construtor sóbrio dessas cinzas
que tingem a vida e para sempre se apagam.
Resisto pegado às mãos
sempre enrugadas
polo sacrifício das minhas avós,
amarrá-lo imorredouro à terra que nos aguarda.
Resisto nos silêncios que se escreviam
com olhar perdido
com sentimento afogado em festas conjugadas
num gesto de uns ombros aquecidos.
Resisto na memória das pedras
de umas paredes que sabem mais da solidão
do que jamais descreverei
nos versos onde deito o peso do tempo.
Inédito
As bordas do inverno perfilan umpor do sol sem fogo.
Deita-se o orvalho no leito sem futuro
e guardan as repreensões dos pensamentos sem
conjugar.
Caminhamos por amanhãs sem nós
abrindo portas a desejos sem nascer
tornando as janelas ao vento com silêncio de
aurora.
Aqui fica tudo o que pode ficar
de uns pensamentos que se rompem
para que ninguém, os pressinta.
Só quero respirar esta chuva
que escorrega pelos corpos nus
agora que ainda resta o desejo.
Inédito
Que abrem estes riscos
que empurra esta mão
na nua solidão
acariciando a alma dos silêncios?
Escrevemos a nossa morte
sem entendermos
que só ferimos o tempo um pouco,
um cativo entre
no que procuramos as razões da existência.
Pedimos luz para os nossos pensamentos,
pedimos voz para a negrura que nos estronda
adentro,
pedimos vida para seguir riscando em linhas
o tempo que não é mais
como a memória vertida eu esqueç5o.
Inédito
Na terra azul
abre-se o céu a noite eterna
e caminhamos em silêncio
nos viveiros sem almas
construindo as paredes com a ferrugem
do esquecimento.
Procurar nos lugares conhecidos,
desconhecidos
sem as vozes habitantes,
sem as almas de etapas que ficaram na memória
— de passagem —
e que remataram na terra esfriada.
Cada etapa é o sustento dos únicos alicerces
às quais ficamos unidos
para erguer a árvore que ainda floresce.
as condena á soidade
é uma sentença injusta
ditada na pedra de umas paredes
que entram em colapso consumidas pelo
esquecimento.
Inédito
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Página publicada em julho de 2024
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